Em 2011, a produção total de cervejas no Brasil chegou a 13,3 bilhões de litros de acordo com o Sicobe, sistema de medição da Receita Federal.
Dados da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) mostram que, deste total, apenas 0,15% são produtos feitos por microcervejarias. A expectativa da associação, porém, é que em dez anos a participação suba para 2%.
O Brasil possui, atualmente, cerca de 200 microcervejarias, a maioria localizada nas regiões Sul e Sudeste. Cidades como Ribeirão Preto e Piracicaba, no Estado de São Paulo, e Curitiba, no Paraná, vêm se tornando polos de produção das cervejas artesanais, diz o sommelier de cervejas André Cancegliero.
Cancegliero é responsável pelo festival Beer Experience, realizado nesta sexta-feira (5) e neste sábado (6) na capital paulista. O objetivo do evento, que reúne 35 expositores, é justamente atrair novos consumidores.
"O que mais prejudica a cultura cervejeira no Brasil é a falta de conhecimento. O brasileiro conhece muito pouco sobre cerveja. Consome basicamente o tipo pilsen, que é apenas uma entre as cerca de 180 variedades existentes no mundo", diz.
“É um mercado que, sem dúvida, tende a crescer. Um bom indicativo disso são os eventos do setor, que vêm sendo realizados com cada vez mais frequência. Pessoas das mais variadas formações e níveis sociais têm se interessado por cervejas artesanais, com sabores diferentes, tentando fugir um pouco do padrão de consumo brasileiro”, diz Alessandro Morais, diretor da Associação de Cervejeiros Artesanais Paulistas (Acerva Paulista).
Preço alto ainda afasta consumidor
A Abrabe define as microcervejarias como pequenas indústrias, a maioria de origem familiar, que têm um processo de produção artesanal: produzem no máximo cinco milhões de litros por ano. As cervejas costumam ser fabricadas com ingredientes especiais e contêm pelo menos 80% de malte. Para efeito de comparação, nas cervejas pilsen, as mais consumidas no país, o teor médio é de 53%.
O preço alto, diz o sommelier, também prejudica o segmento. A maior parte da matéria-prima usada na fabricação de cervejas arsenais, como malte, lúpulo e fermento, é importada.
"Isso faz com que a cerveja artesanal seja de três a quatro vezes mais cara", calcula Cancegliero.
Evento traz mais de 300 rótulos nacionais e importados
Mais de 300 rótulos, nacionais e importados, serão apresentados no Beer Experience. Entre as nacionais está a Taperebá Witbier, fabricada pela Amazon Beer, de Belém (PA). Outra cerveja nacional apresentada no evento será a Berthô, feita com castanha do Pará. O produto é fabricado pela Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto (SP).
Entre os produtos internacionais, estarão cervejas belgas, escocesas e italianas. Todos os produtos serão vendidos com descontos que chegam a 30%.
Fonte: UOL
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